Inovação urbana traz evolução na qualidade de vida dos cidadãos por meio da tecnologia

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Experimentos garantem melhores experiências e resultados no sentido coletivo desde que alcancem o engajamento da população

O conceito de uma cidade tem como princípio básico a ideia de que ela seja movimentada de acordo com as necessidades dos cidadãos e, através dela, seja possível alcançar as melhores experiências e resultados no sentido coletivo. Em busca dessas características, as cidades cada vez mais procuram se reinventar para garantir uma evolução na qualidade de vida urbana para a população. As inovações urbanas usam da tecnologia em busca dessas soluções para que os moradores se conectem com a cidade da maneira mais eficiente possível.

Apesar de a ideia de uma cidade se basear no conceito do coletivo, seja com as experiências se dando em torno de um centro comercial ou de lazer, a questão da segurança pesa principalmente quando se trata de cidades latino-americanas. A falta dela acaba isolando a população em bolhas individuais, quebrando o conceito do que seria uma cidade. Porém, as inovações urbanas buscam esse resgate do sentido do coletivo, com soluções que melhorem a qualidade urbana.

No exterior, Detroit pode ser uma considerada uma cidade que tem buscado soluções através da inovação urbana (Foto: Shutterstock)

“Em uma visão prática, as inovações urbanas procuram desenvolver experimentos que engajem os cidadãos no desenvolvimento da cidade e ajudam em novas soluções de problemas complexos”, afirma James Wright, professor de Estratégia da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Profuturo-Fia, reforçando que essas são problemáticas multidisciplinares, que envolvem saúde, educação e tecnologia, por exemplo.

Porém, dentro deste conceito de inovações urbanas é fundamental salientar que não basta apenas a criação de novas tecnologias e meios que melhorem a qualidade de vida da população na cidade. Tão importante quanto isso é alcançar o engajamento da sociedade com os experimentos criados. Isso significa que as ferramentas digitais, por mais que sejam capazes de trazerem melhorias para os cidadãos, não se torna viável sem o engajamento efetivo deles. “A mudança depende de como a pessoa se relaciona com a cidade e, por mais capaz de evolução que seja uma inovação, não é possível inventar algo essencial para um cidadão se ele não o conhece”, explica Francisco Cunha, formado em Arquitetura e Urbanismo e sócio da TGI Consultoria em Gestão.

No Brasil, o projeto Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, também pode ser considerado um exemplo de inovação urbana (Foto: Shutterstock)

Uma cidade muda a depender de como o cidadão se relaciona com ela, ou seja, se vai na padaria a pé, de carro ou de bicicleta pode mudar sua perspectiva sobre ela, por exemplo. E essa visão pode mudar o direcionamento das inovações urbanas. “Se eu só ando de carro, vou reivindicar melhorias de acordo com a minha perspectiva do para-brisa. Muitas pessoas vivem em um túnel refrigerado: elevador, carro, escritório e shopping. Mas a realidade não é essa, já que existem os espaços públicos, que são as ruas, e o espaço comum, que são as praças, se não estou dentro da cápsula”, acrescenta o consultor. Ele reforça ainda que a inovação é a tecnologia necessária para quem vive na cidade no nível do chão, na velocidade de 5 km/h de quem anda a pé e na altura do pé.

Para Clóvis Ultramari, professor arquiteto da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), a inovação urbana traz várias questões e implica que uma hora uma cidade desponta para alguma coisa e depois para outra. “São Paulo é um centro econômico, mas desponta também como polo cultural. Umas cidades contam com uma proposta específica para o turismo, como Gramado e Canela (RS).Já Camboriú (SP) tem o mercado imobiliário explosivo”, diz.

Já Vancouver, no Canadá, conseguiu diminuir a entrada de automóveis em 20% nos últimos 20 anos (Foto: Shutterstock)

No exterior, Detroit pode ser uma considerada uma cidade que tem buscado soluções através da inovação urbana, já que depois do colapso econômico de 2014, novos empresários estariam com acesso às áreas rosas com objetivo de impulsionar um negócio com tempo menor e menos trâmite. Já Vancouver, no Canadá, conseguiu diminuir a entrada de automóveis em 20% nos últimos 20 anos, enquanto o deslocamento a pé cresceu 26%, sendo considerada a quinta cidade mais peatonal, segundo o indicador Walk Score, que monitora mais de 140 cidades norte-americanas.

No Brasil, o projeto Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, também pode ser considerado um exemplo de inovação urbana. O projeto revitalizou a zona portuária da cidade, com enfoque na qualificação do sistema de infraestrutura de mobilidade urbana, iluminação e saneamento.

Fonte: ZAP em Casa

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