Novembro Azul: entenda a campanha de prevenção do câncer de próstata

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Movimento pega carona no Outubro Rosa e herda símbolo semelhante; iniciativa foca no tumor mais comum entre homens, mas dá visibilidade à saúde integral masculina

O Novembro Azul é uma campanha mundial que conscientiza sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata. A doença é a segunda mais comum entre os homens brasileiros, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer. As estimativas apontam mais de 68 mil novos casos da enfermidade em 2018.

Anualmente, o Ministério da Saúde e diversas entidades apoiam e promovem ações em prol da causa a fim de que o público masculino se atente mais à própria saúde.

O movimento é equivalente ao Outubro Rosa, que alerta para o câncer de mama e à saúde da mulher. Por conta disso, o símbolo do Novembro Azul também é um laço, que em alguns casos está acompanhado de um bigode para representar os homens. A cor da campanha relaciona-se com uma construção social em que o rosa seria ‘de menina’ e o azul, ‘de menino’.

Neste ano, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) inicia mais uma edição da campanha com o tema Seja herói da sua saúde e tem como padrinhos o chef de cozinha Henrique Fogaça e o ex-jogador de futebol Zico. Os artistas abraçaram a causa a fim de motivar os homens, uma vez que 59% deles não costumam ir ao urologista, segundo a pesquisa Um Novo Olhar para a Saúde do Homem, realizada em agosto deste ano com 2.405 participantes.

E não é apenas os homens que podem ter câncer de próstata. A doença também afeta os pets e a bióloga e blogueira do E+ Luiza Cervenka de Assis ajuda a identificar e prevenir a enfermidade em cães e gatos.

Como e onde o Novembro Azul surgiu

O movimento nasceu em um pub na Austrália, em 2003, quando Adam Garone, o irmão e um amigo estavam tomando cervejas e conversando. Ao longo do bate-papo, eles acabaram falando sobre a moda dos anos 1970 e como o bigode tinha caído em desuso. O dia terminou com um desafio: passar todos os 30 dias de novembro com bigode.

No país da Oceania, o termo ‘mo’ é uma gíria para a palavra em inglês moustache (bigode) e eles resolveram batizar a ação de Movember. O desafio teve aderência de 30 homens que, ao final, se reuniram para premiar o pior e o melhor bigode.

No ano seguinte, o grupo quis legitimar ainda mais a iniciativa e, inspirado pelas mulheres que o cercava — e todo o movimento do Outubro Rosa —, pensou na saúde do homem e descobriu que o câncer de próstata é o mais comum entre os homens. Não há registros de em que momento o laço passou a ser o símbolo do Novembro Azul, mas a escolha pega carona na campanha feminina.

Depois de elaborar uma proposta para envolver o público masculino com a própria saúde, Garone entrou em contato com o CEO da Fundação do Câncer de Próstata australiana. O executivo até gostou da ideia, mas disse que não poderia, como organização ultraconservadora, se aliar a um movimento ‘divertido’. Mas disse que, se o grupo conseguisse arrecadar fundos para a entidade, a parceria seria feita.

Novembro Azul no Brasil

Após a conversa com o CEO, Garone persistiu e, reunindo 450 homens que mantiveram seus bigodes, arrecadou US$ 54 mil que foram doados para a Fundação do Câncer de Próstata. Em 2005, a campanha ganhou mais força, começou a se espalhar por outros países e em 2011 chegou ao Brasil, com o nome que conhecemos hoje, por meio do Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL).

No País, as ações vão desde a iluminação de prédios e monumentos históricos com a cor da campanha até intervenções em espaços públicos com orientação de médicos. Palestras e realização de exames também são oferecidos. Em 2018, o LAL promoveu mais de 460 ações que atingiram cerca de 100 milhões de pessoas.

O Ministério da Saúde, favorável à abordagem integral da saúde dos homens, tem uma página em seu site sobre causas, sintomas, tratamentos, diagnóstico e prevenção do câncer de próstata. Veja aqui. No E+, confira cinco mitos e verdades sobre a saúde masculina.

Importância do Novembro Azul

“A campanha vem crescendo de maneira muito forte nos últimos anos e tem uma importância tão grande quanto a de mama. A doença [câncer de próstata] é perfeitamente curável, desde que detectada precocemente. A campanha visa alertar a população, principalmente a masculina, sobre a necessidade do exame periódico”, diz Geraldo Faria, coordenador da campanha Novembro Azul da SBU.

O exame para detecção do câncer de próstata deve ser realizado a partir dos 50 anos de idade, mas antes disso o homem já pode se consultar com um urologista. Há um grupo de risco em que o tumor é identificado mais cedo e que precisa iniciar o rastreio a partir dos 45 anos: são os homens negros, aqueles com parentes de primeiro grau que tiveram a doença e os obesos.

O Novembro Azul dá ao homem a chance de olhar para a própria saúde de uma forma integral. “É a oportunidade de identificar outros agravos da saúde masculina, é a porta de entrada para identificar, por exemplo, problemas cardiológicos, no trato urinário. Mas o cuidado tem de ser de novembro a novembro”, reforça Faria.

Apesar da importância do diagnóstico precoce, o Ministério da Saúde não recomenda que se realize o rastreamento do câncer de próstata, ou seja, não é indicado que homens sem sinais ou sintomas façam exames.

O órgão público indica alguns riscos, como receber um resultado que indica câncer, mas não é, o que pode gerar ansiedade e estresse; diagnosticar e tratar um tumor que não evoluiria nem ameaçaria a vida e a possibilidade de o tratamento causar impotência sexual e incontinência urinária. “Os riscos desses exames estão relacionados às consequências dos seus resultados e não à sua realização”, diz a pasta.

Fonte: https://www.terra.com.br/ e https://portaldaurologia.org.br/ via https://www.sindiconet.com.br/

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