Vigilância comunitária

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Saiba como o seu condomínio pode se tornar mais seguro com a ajuda dos vizinhos

A escalada da violência, principalmente nas áreas urbanas, não é novidade para ninguém. É inclusive devido a essa situação que muitos preferem viver em condomínios, onde, acredita-se, é mais seguro.

Porém, nem assim se está a salvo. Os ataques criminososa condomínios também têm aumentado bastante. Daí a necessidade cada vez de novas alternativas: procedimentos diferentes, funcionários mais especializados e treinados regularmente, além de equipamentos de ponta.

Tudo isso ajuda a um condomínio. Mas, e o condomínio vizinho?  Como saber se ele também não foi invadido?Como ajudar a manter todo o quarteirão, o bairro mais seguro, ao invés de pensar apenas nos limites do condomínio?

Foi querendo responder a essas perguntas que a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e o Secovi-SP  desenvolveram o programa “Vizinhança Solidária”. O cerne do programa é a intercomunicação das portariasdos condomínios, com o uso de rádios.

“A nossa ideia é oferecer um mecanismo de cooperação entre os diversos agentes da nossa sociedade, sempre visando as melhores condições de segurança”, explica o coronel Glauco de Carvalho, diretor de Polícia Comunitária e Direitos Humanos da Polícia Militar de São Paulo.

Como funciona

O que esses programas trazem de positivo é bastante palpável: eles, além de manter os funcionários do condomínio reciclados e informados sobre procedimentos de segurança, geralmente integram os empreendimentos mais próximos, criando uma rede de confiança.

Outro ponto positivo é que os condomínios para serem aceitos no programa devem fazer algumas alterações sugeridas, como conta o síndico profissional Nilton Savieto cujo condomínio faz parte do programa Vizinhança Solidária.

“O Conselho de Segurança da Vila Mariana sugeriu para o meu condomínio algumas adequações, como guarita blindada, implantação de clausura 24 h (antes ela só funcionava de noite), melhorar o CFTV e a gravação das imagens”, conta.

Para sugerir essas adequações, um membro da Polícia Militar visita o condomínio e analisa as condições de segurança  e os procedimentos do local.

Depois desse momento de aconselhamento, os moradores devem aprovar em assembleia as alterações sugeridas, uma vez que a implantação das mesmas pode impactar em custos para o condomínio, ou em novos procedimentos que devem ser seguidos por todos. No caso de Nilton, os pedidos foram chancelados pela coletividade.

Com as adequações prontas, os funcionários que usarão o rádio, principalmente porteiros e zeladores, recebem um treinamento da PM, com dicas de como se portar, e no que prestar atenção para evitar incidentes tanto em seu condomínio, como para saber se há algo de estranho acontecendo nos prédios das imediações.

Caso notem alguma anormalidade, o protocolo é avisar aos outros condomínios e, dependendo do caso, acionar a Polícia.

“Por aqui percebemos que os porteiros ficaram mais criteriosos com o registro de entrada e muito mais cuidadosos na hora de abrir a garagem ou o portão”, explica Cibele Mendes, moradora de um condomínio na zona sul de São Paulo que participa do programa.

Outro ponto positivo citado é a integração com os condomínios vizinhos.

“Para nós é muito gratificante saber que outros prédios também têm a mesma preocupação, que querem melhorar a segurança não apenas entre seus muros, mas de toda a região”, pondera Mendes.

Os condomínios que entram para o programa em São Paulo ganham uma placa que fica visível da rua, que mostra que aquele local integra o “time” Vizinhança Solidária.

Para participar, os síndicos de São Paulo devem procurar o CONSEG – Conselho de Segurança Comunitáriamais próximo, para se informarem sobre se há disponibilidade do programa no seu bairro. O programa ainda está em fase de expansão, e ainda não está disponível em todas as áreas do estado de São Paulo.

Condomínios em Recife podem contar com o programa “De olho na rua”, desenvolvido pelo Secovi-PE em parceria com a Secretaria de Defesa Social do estado.

Os síndicos de outras localidades podem se organizar entre si para contratarem cursos para seus funcionários, assim como uma consultoria que trace uma estratégia única para aqueles clientes.

Funciona mesmo?

É difícil cravar que apenas por participar de um programa como esse, mesmo com cursos oferecidos pela PM e ajustes de procedimentos e de itens de segurança, que aquele condomínio não terá problemas com a criminalidade daquele ponto em diante.

Mas é importante saber que quanto mais difícil for de entrar, mais os ladrões buscam outros lugares para assaltar. E se os outros condomínios da região também tiverem os mesmos procedimentos, é provável que aquela área fique potencialmente mais segura.

Para isso é importante manter não apenas os funcionários treinados e os equipamentos em dia, mas também não descuidar da parte de procedimentos, que afeta principalmente o conforto dos moradores.

Alternativas

Como programas de segurança comunitária não existem em todas as localidades, é possível que os próprios condomínios busquem alternativas privadas para isso.

Há uma série de empresas de segurança que podem oferecer consultoria continuada para condomínios de uma mesma região, integrando assim seus esforços para manter toda a área mais segura.

“Para que isso aconteça, o melhor seria que porteiros da mesma rua, por exemplo, contassem com um botão de pânico e uma câmera e um monitor, além do rádio entre sim. A câmera os filmaria, e os outros colegas porteiros conseguiriam avisar à polícia caso alguém fosse rendido”, ensina o especialista em segurança condominial Nilton Migdal.

Para baratear a operação e aumentar sua eficácia, o ideal é que diversos condomínios de uma mesma área consigam aderir e contratem a mesma empresa.

Fonte: SindicoNet

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