Condicionadores de ar

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Além de não serem bonitos, aparelhos podem despencar das fachadas

Artigo: os aparelhos de ar condicionado pendurados nas fachadas podem cair

Por: Sydnei Menezes*

Os aparelhos de ar condicionado, tanto os modernos splits como os convencionais, de janela ou parede, pendurados nas fachadas sem critérios, normas ou regras, impactam negativamente na estética das fachadas dos prédios das cidades. Eles são simplesmente horríveis! Mas não é só isso…
Na prática, o que salta aos olhos é uma ausência de preocupação com o espaço comum, nesse caso o lado de fora, que não é de ninguém. Na verdade, o espaço público é de todos, mas, como na maioria dos casos, vale mais o bem estar individual: é dada a solução para a climatização interna – como ninguém aguenta o calor, cada um se vira como pode, lamentavelmente.
Os splits, cuja tecnologia de refrigeração promete mais economia e silêncio, são os responsáveis diretos pelo emaranhado de canos e fios comprometendo ainda mais a composição arquitetônica das fachadas, sem levar em consideração aspectos históricos e culturais das edificações.
No caso específico dos imóveis tombados ou preservados, deveria valer o princípio da intervenção mínima. Contrariamente, nem sempre isto é levado em consideração.
E o que dizer do pinga-pinga dos aparelhos convencionais? São vários os depoimentos de vizinhos sobre a já conhecida “tortura chinesa” – quando o aparelho de ar condicionado localizado acima insiste em pingar no outro situado abaixo, principalmente durante as madrugadas calorentas, causando desconforto e descontrole dos moradores. Brigas terríveis envolvendo esta questão já são rotineiras em vários condomínios.
Além disso, o gotejamento proveniente dos diversos aparelhos pendurados nas fachadas são um transtorno também para os pedestres, que tentam desesperadamente se desviar dos pingos certeiros em suas cabeças, roupas, óculos, bolsas, pastas, etc… É uma questão não solucionada, ainda que multas e penalidades estejam previstas em leis específicas, como é o caso da cidade do Rio de Janeiro.
No caso dos splits, a questão é ainda mais grave. Muitas vezes, são fixados de forma improvisada, utilizando apoios como as “mãos francesas”, perfurando alvenarias, rompendo vigas, colocando em risco, dessa forma, a vida de condôminos e pedestres.

Sim, eles podem cair!

Além da sobrecarga nas fachadas que não foram projetadas para tal, ainda existem dois outros fatores que contribuem para o risco de queda dos equipamentos: o desgaste natural da argamassa e a oxidação dos parafusos e das peças de sustentação.
Cabe alertar ainda quanto aos equipamentos que repousam em cima de marquises, escondidos atrás de letreiros, colocando em risco a estrutura de sustentação das mesmas ao receberem este peso adicional.
Mas o que fazer? Qual é a solução?
Nas novas edificações, a solução é já prever um local para os splits dentro do projeto arquitetônico.
Nas edificações existentes, pode-se criar, ou aproveitar, por exemplo, uma área interna (prisma) e posicionar os equipamentos, eliminando-os das fachadas.
Outro aspecto importante a ser considerado é a modernização das convenções de condomínios, a partir de dispositivos impeditivos para instalação de equipamentos nas fachadas.
Enquanto as soluções de médio e longo prazos, regras e normas não acontecem, cabem aos condomínios buscarem assessoria técnica para elaboração de um projeto específico que atenda a realidade de cada edifício junto aos profissionais habilitados e empresas legais registradas nos conselhos profissionais.
*Sydnei Menezes é arquiteto e urbanista, presidiu o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro de 2012/2014.

Fonte: http://www.sidneyrezende.com/

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